domingo, 26 de fevereiro de 2012

RIA FORMOSA E A SUA DESTRUIÇÃO




De há dois anos a esta parte que o cordão dunar da Ria Formosa tem vindo a ser fustigado por violentos vendavais que provocam os galgamentos oceanicos e a sua destruição.
Nas imagens reproduzidas, ainda que não muito visiveis, são dados três exemplos de outros tantos galgamentos na peninsula de Cacela com arrastamento da vegetação e o espraiamento das areias para o interior da Ria.
Depois de uma barra aberta artificialmente por ordens de Valentina Calixto, rainha dos crimes ambientais no Algarve, e a pedido do presidente da Cooperativa Formosa de Olhão para servir interesses proprios, sem qualquer estudo ou avaliação ambiental numa zona protegida, os galgamentos oceanicos fazem o resto do trabalho, estando neste momento, e com o aproximar da epoca de rigorosos vendavais, em jogo o desaparecimento completo do que resta da antes peninsula de Cacela.
As pessoas não afectadas directamente por estas ocorrencias desvalorizam-nos, só dando a importancia devida quando o mal lhes bate à porta. O acentuado estado de degradação e a fragilidade de todo o cordão dunar da Ria Formosa aliada à incuria e neglicencia das autoridades com responsabilidades na materia, permite-nos dizer que se não houver uma intervenção urgente que vise não o combate mas sim a prevenção da erosão costeira, a Ria Formosa corre o serio risco de desaparecer.
A diferença do preia-mar de marés vivas em relação à cota soleira é em regra inferior a meio metro, em toda a zona da Ria Formosa. A continuação dos galgamentos oceanicos e o desaparecimento do cordão dunar conjugados com situação de vendaval em preia-mar de marés vivas pode assim afectar todas as populações das zonas ribeirinhas da Ria Formosa, para lem de que as tradicionais actividades economicas da Ria, como a pesca, o marisqueio ou a salicultura poderão tambem elas desaparecer, com impactos negativos para o desenvolvimento economico e social desta região.
Já foram apresentadas soluções alternativas, menos dispendiosas que as costumeiras negociatas e reconhecidas como viaveis até pelas autoridades com poder de decisão. Alega-se a falta de dinheiro, mas o Plano de Gestão da Bacia Hidrografica do Algarve prevê gastar mais de cento e cinquenta e seis milhões de euros, não estando previstos gastos na reabilitação da Ria Formosa, a nivel da protecção do cordão dunar, do desassoreamento das barras naturais ou na minimização da poluição.
A Ria Formosa, segundo calculos do IPIMAR, produzia o equivalente a 70 milhões de euros só em ameijoa-boa a que se juntarmos os valores referentes à apanha de outras especies molusciculas ou piscicolas, bem se pode dizer que produz de mais valias locais para cima de 200 milhões de euros, a maior parte dos quais para exportação, ocuando directa e indirectamente cerca de dez mil pessoas. Nenhuma outra actividade economica na zona em tanto peso no desenvolvimento economico e social das populações.
A situação é de indignação e a população da Ria Formosa deve manifestar toda a sua revolta contra os responsaveis pels crimes cometidos por omissão e negligencia.
REVOLTEM-SE, PORRA!

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