segunda-feira, 19 de março de 2012

CACELA VELHA - IGREJA











Cacela Velha ainda é um dos poucos sitios do Algarve que mantem o essencial e o potencial dos seus recursos patrimoniais, naturais e paisagisticos intactos. No entanto os interesses neste tipo de pequenos aglomerados habitacionais, inicialmente de pescadores, vem pôr em causa a autenticidade dos lugares, desvirtuando-os com novas construções que não obedecem às matrizes do edificado secular.
Registe-se o exemplar trabalho da associação ADRIP na defes do patrimonio de Cacela, que ainda assim e por culpas alheias pode tornar-se insuficiente.
As imagens, dão-nos conta dos estragos causados no cordão dunar do que fora a Peninsula de Cacela pelos galgamentos oceanicos, mas tambem da mão criminosa de Valentina Calixto, responsavel pelo dominio publico hidrico do Algarve, quando mandou abrir uma barra por encomenda que pôs fim à peninsula e dando origem a uma nova ilha.
Ao longo dos anos, tem sido a mão humana, por desconhecimento ou subjugada por interesses, o principal causador dos estragos provocados no cordão dunar da Ria Formosa. A construção das barras artificiais, dos molhes de Vilamoura ou os esporões de Quarteira, que impedem a passagem das areias para nascente, interrompendo o ciclo da movimentação das areias. Deve, por isso, tambem a mão humana corrigir ou minimizar os impactos negativos criados.
Hoje, existem tecnicas que permitem a recuperação e consolidação do cordão dunar com custos diminutos se comparados com as grandes intervenções, pesadas e tambem elas negativas, a que nos habituaram.
Certo é que, e no caso da Penisula de Cacela, urge uma intervenção rapida, não só pelo cordão dunar, mas tambem para as possiveis consequencias da sua ausencia. Com o desaparecimento do cordão dunar da Peninsula de Cacela, particularmente o Sitio da Igreja está seriamente ameaçado de derrocada. Isto porquê? Porque a arriba onde está instalada a aldeia é composta de arenite, e o contacto com a agua na sua base ditará a derrocada de toda a arriba, arrastando consigo o patrimonio edificado, do qual e tal como as imagens mostram constam a Igreja, o Forte ou o proprio Cemiterio, sendo caso para dizer que até os mortos já não descansam em paz.
Qualquer pessoa, independentemente da sua nacionalidade ou credo que conheça este Sitio não deixará de reprovar e condenar os crimes contra a natureza e o patrimonio, aqui cometidos mesmo os que aconteçam por negligencia.
Já por variadas vezes que chamamos a atenção para a situação e dela demos conhecimento às diversas entidades regionais e nacionais, razão pela qual nem sequer podem invocar desconhecimento.
À Câmara Municipal de Vila Real de S. Antonio enquanto representante dos interesses das populações cabe a tarefa de exigir junto do poder central uma intervenção urgente, mas parece que tambem esta entidade está mais preocupada com interesses alheios do que com os seus municipes.
LUTEMOS CONTRA A OPACIDADE E OBSCURANTISMO POLITICO QUE CONDENAM AS POPULAÇÕES À FOME, MISERIA E ATÉ A MORTE.

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