domingo, 5 de julho de 2015

ALGARVE: ABAIXO A DITADURA! PELA SAÍDA DO EURO!

O dia de hoje pode e vai certamente marcar o futuro desta Europa, independente do resultado do referendo na Grécia e por isso convém uma reflexão sobre a nossa situação.
1 - A social-democracia resulta de uma divergência no seio do movimento marxista quanto à questão da propriedade, afinal a fronteira que separa as apelidadas esquerda da direita, e foi a forma encontrada pelo capitalismo de responder ao avanço das ideias marxistas, um pouco por todo o mundo.
A social-democracia e o socialismo eram processos de transição para as etapas seguintes, de um lado a ditadura do capital e do outro o comunismo. Ambos fracassaram, embora ainda hajam algumas bolsas de resistência social-democratas.
2 - O projecto inicial de construção de uma Europa unida, assentava nos pressupostos, nos ideais da social-democracia, em que predominavam as perspectivas de desenvolvimento económico e social. Com a queda das referencias no mundo socialista, o capital, entendeu chegado o momento de se impor, dando por findas as ideologias, elevando o economicismo à condição de ideologia dominante.
Para aqueles que entendem que devemos honrar os "nossos" compromissos devemos lembrar que tais compromisso assentavam numa perspectiva de desenvolvimento económico e social que o directório europeu rompeu de forma unilateral e premeditada.
3 - O Partido Socialista ao riscar do seu programa, as referencias ao marxismo, tornou-se um partido social-democrata, no fundo, num partido da direita democrática, e só assim se compreende o seu posicionamento politico. apenas divergindo do outro quanto à forma, mas mantendo os mesmos objectivos.
4 - A democracia assenta na discussão e participação dos Povos nos processos de decisão, mas, em regra, não é chamado a pronunciar-se em matérias que lhe dizem respeito. Embora os governos tenham a legitimidade para governarem, porque assentes na delegação de soberania dada pelo voto popular, perdem-na ao introduzir a burla politica para a caça ao voto, mentindo ao Povo, prometendo aquilo que não têm intenções de cumprir. Entrámos então no mundo da MENTIROCRACIA!
5 - Todos os tratados, convenções ou outras formas que comprometam o Estado e o Povo devem ser submetidos a referendo, precedido de uma ampla e séria discussão. Assim, o Povo teria a oportunidade de se pronunciar sobre o seu futuro.
Passar um cheque em branco aos seus representantes para decidir como querem e entendem, pode ter, e tem, efeitos nefastos. O Povo jamais aceitaria a destruição do nosso sector produtivo como a agricultura, pesca e industria, imposto pela UE, para favorecer os países ricos. A imposição de cotas à produção de leite ou tomate para proteger a agricultura francesa e holandesa, tal como na pesca para depois entregar parte dos nossos recursos piscicolas às frotas francesa e espanhola.
6 - É por demais evidente que sem processo produtivo, estaríamos obrigados à importação de bens, muitos deles essenciais, ao mesmo tempo que perdíamos postos de trabalho.
O saldo entre importações e exportações após a entrada na então CEE passou a ser largamente negativo, sendo apenas possível mantê-lo com recurso ao endividamento do País.
E porque convinha endividar os países do sul da Europa, cujas economias se encontravam mais fragilizadas, acenaram-lhes com o alcatrão, para fazerem chegar os seus produtos mais rápidos e o betão para alimentar a ganancia do sector financeiro. As obras publicas foram um mundo de oportunidades para a banca ao mesmo tempo que os poderes públicos acenavam com a criação de postos de trabalho. Basta lembrar quem estava por detrás das PPPs ou dos grandes empreendimentos imobiliários.
7 - Todos se lembrarão dos anunciados lucros da banca, às centenas de milhões, que repartiram entre os seus accionistas, mas que nunca chegaram às mãos do Povo. Nem tinham de chegar! Mas também será justo dizer que aqueles que beneficiaram dessas benesses, conseguidas à pala do endividamento, que as paguem. E para o mesmo saco devem ir as empresas do regime, beneficiadas pelo sistema. Nunca os trabalhadores, que não beneficiaram nem contraíram qualquer divida.
8 - Para manter este sistema, a classe dominante entendeu roubar os magros rendimentos dos trabalhadores e reformados, através da criação ou aumento de impostos e taxas, ao mesmo tempo que restringe os direitos e liberdades do Povo.
Havendo hoje mais razões para um resgate do que para o anterior, porque a divida não pára de crescer, 90% na altura contra os 130% de agora, é previsível o aumento da repressão sobre os mais activos, os mais contestatários da situação. E é de tal forma, que ainda esta semana, os tais "social-democratas", se uniram para aprovarem o aumento de poderes dos serviços de espionagem mesmo à revelia dos pareceres da Policia Judiciaria e da Comissão Nacional de Protecção de Dados, aumento de poderes que lhes dá  direito de proceder à devassa da vida privada dos cidadãos.
A classe dominante sabe que a manter e reforçar as medidas de austeridade, o Povo vai sair à rua e revoltar-se. Por isso prepara uma nova ditadura politica, que a económica já se implantou.
9 - Por essa razão dizemos NÃO! NÃO AO PAGAMENTO DA DIVIDA! PELA SAÍDA DO EURO!
A divida é ilegítima  porque não tiveram em conta os trabalhadores e o Povo!
A divida é ilegal porque os critérios de avaliação dos riscos, da oportunidade e da exequibilidade dos projectos a que se destinavam, foram duvidosos!
A divida é odiosa por estar a ser cobrada a quem não a contraiu nem dela beneficiou e lança na fome, miséria, desemprego, precaridade, impede o crescimento e desenvolvimento e liquida o que resta do sector produtivo.
NÃO!
NÃO AO PAGAMENTO DA DIVIDA!
PELA SAÍDA DO EURO!




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