domingo, 3 de julho de 2016

OLHÃO: A CONFORAMA E A NOVA ESCRAVATURA!

Na antiguidade, os "senhores" detinham direitos de propriedade sobre algumas pessoas, as quais alimentavam, mas apropriavam-se do produto do seu trabalho, acumulando a riqueza por eles criada.
Nos tempos que correm, assistimos a novas formas de escravatura, em que os ditos "senhores" não detêm direitos de propriedade, mas através de mecanismos legislativos, conseguem obter os mesmos resultados que os seus antecessores.
A Conforama, empresa do ramo da distribuição mobiliária, está para inaugurar a sua nova loja em Olhão, para a qual está contratando pessoal, em termos tais que parece termos regressado aos tempos da escravatura.
Os trabalhadores da Conforama, são convidados a fazer um parte-time, em regime de rotatividade, o que os impede de realizar outro trabalho, condição imposta pela empresa.
Se um trabalhador normal já tem dificuldade em sobreviver nesta selva com um salário, como vão viver os trabalhadores da Conforama com meio?
Num regresso ao passado longinquo, a Conforama acaba por apenas alimentar os seus trabalhadores, apoderando-se do produto do seu trabalho e acumulando a riqueza por eles criada. Qual a diferença entre os tempos passados e os modernos?
Muitos dirão, que mais vale pouco que nenhum, mas esquecem-se que à medida que vão aceitando este tipo de condições, estão a deixar que patrões deste tipo lhes ponham as grilhetas da escravatura.
Pertencendo ao ramo do comercio, os trabalhadores da Conforama, estão sujeitos a uma carga horária de 40 horas semanais, pelo que, e tendo em conta o horário de abertura ao publico, deveria implicar a ocupação dos postos de trabalho, a tempo inteiro e de forma efectiva, e nunca de forma parcial.
Os trabalhadores da Conforama devem pôr os olhos na recente luta dos estivadores contra a precariedade e pela imposição da semana de trinta e cinco horas semanais, e nunca aceitar a proposta da empresa, nos termos em que é formulada.
Uma palavra ainda para o governo que de socialista, só tem o nome do partido que o suporta.
António Costa, declarou-se como sendo social-democrata, mas duvidamos que ele saiba o significado disso, porque a social-democracia não se esgota nalgumas componentes sociais do estado, mas sim num projecto de sociedade em que a distribuição da riqueza e os direitos laborais são protegidos.
O falso partido socialista, mais não tem feito do que entregar de mão beijada os trabalhadores à canalha que o explora, sugando-lhe o sangue até à última gota, seja através dos mecanismos de concertação social, da permissão do trabalho temporário, do trabalho à factura ou a recibo verde, despojando os trabalhadores de quaisquer direitos, mas nunca por nunca, promovendo a livre contratação colectiva.
Não tenham dúvidas de que este governo é tão de direita quanto o anterior, por mais que tente dourar as suas politicas.
REVOLTEM-SE, PORRA!

6 comentários:

Anónimo disse...

40 horas semanais ordenado minimo part time!!!!!!!

Anónimo disse...

Ai dos fracos quando a Esquerda/Direita tenta sobreviver. Ai dos fracos quando o Estado ( sociedade politicamente organizada) não toma a atitude de "moderador justo" em particular no evitar da prepotência dos fortes para com os fracos. "Democracia" pressupõe liberdade atribuída a todos para poderem intervir na construção do Estado. Todos têm uma arma a que se dá o nome de voto. Usado ou não usado a união do voto marca a diferença para o bem/mal individual ou colectivo. Se a maioria fizer o melhor,no fim algo melhor haverá (acreditemos!)Sejam felizes.

Anónimo disse...

Se calhar estavam melhor no desemprego...

Anónimo disse...

Quem escreveu isto nao conhece a realidade da conforama, eu nao me considero escrava de ninguem e ninguem é nem nunca foi até a data a trabalhar se nao quiser...... haverá outra conforama em olhao??????

a.terra disse...

O comentador do dia 4 pelas 21:24 não desmente que hajam trabalhadores contratados em regime de part-time, exclusivo imposto pela rotatividade dos turnos.
É obvio que só vai trabalhar nessas condições quem quer.
Mas o objectivo do post é mais complexo do que se pensa. Na antiguidade os "senhores" tinam o direito de propriedade e os de hoje arrogam-se ao direito à exclusividade. Se no passado davam a alimentação, meio salário é mais ou menos a mesma coisa, mas não dá para pagar a renda de casa.No fundo este processo significa um retrocesso civilizacional muito grande.
Tambem compreendo que alguem que tenha uma familia no desemprego, aceite este tipo de condições. Mas não deixo de apelar à luta contra a precariedade, pela semana de trinta e cinco horas e por um salário justo; em resumo, por um trabalho com direitos.
O Povo costuma dizer que quem muito se abaixa o cu lhe aparece, pelo que a multiplicação de situações como a presente, pode num futuro breve, empobrecer ainda mais as familias.

Anónimo disse...

Escravatura em pleno sec XXI. Para quem não sabe as lojas Conforama não teem serviço de distribuição e montagem, sendo o mesmo assegurado por empresas externas em regimes de prestação de serviços. Ao que parece uma dessas empresas a funcionar no Algarve recruta pessoal em autentico desespero financeiro e sem qualquer contrato de trabalho, obriga os seus "trabalhadores" a desempenhar funções de transporte e montagem mais de 12 horas diarias sem qualquer compensação, numa autentica fuga ao fisco, a segurança social. Em caso de acidente os mesmo nem gozam de seguro de trabalho.