segunda-feira, 4 de setembro de 2017

RIA FORMOSA E O BIG BROTHER

Como é do conhecimento publico que o ainda presidente da Câmara Municipal de Olhão, armado em herói, vinha a terreiro defender causas ambientais nas ilhas barreira. Passado este tempo e depois de ter empatado a acção do governo do seu partido, calou-se, não apenas em relação às causa que jurou defender com em relação a outras que agora vêm ao de cima e que num futuro próximo podem ter consequências graves para os moradores das ilhas.
A Autoridade Marítima Nacional é parte integrante da Marinha Portuguesa, e esta questão deve ser vista à lupa dessa condição, porque com o desenvolvimento deste post, irá ser abordada o papel das entidades intervenientes.
Como se sabe, com a intenção de salvar a face do ainda presidente, o actual governo criou um programa faseado de demolições para os núcleos do Farol e dos Hangares, mas mantendo o previsto para a Praia de Faro, provando-se assim, que ao presidente de Faro não foi dada a oportunidade de acautelar os seus munícipes. Esse programa mantém-se e tudo o indica, sairá da gaveta logo a seguir às eleições.
Entretanto, a Autoridade Marítima Nacional, de forma ilegal, colocou câmaras de vídeo-vigilância na torre do Farol, viradas para a parte urbana da ilha, quando deveria estar virada para o mar, para proteger quem vive da pesca.
As Câmaras foram colocadas sem o parecer prévio da Comissão de Protecção de Dados Pessoais e sem qualquer consulta publica aos moradores do núcleo do Farol, transformando aquela zona num autêntico BIG BROTHER. Se alguma menina se lembrar de fazer um pouco de topless que se cuide porque não se sabe quem vai visionar as cassetes e quais as garantias que dão em relação a isto.
A verdade é que as câmaras já tiveram utilização para que as autoridades pudessem interpelar um morador que ficou sem a casa onde guardava os seus apetrechos de pesca e que para a substituir, fez um pequeno e improvisado bunker.
Afinal a que se destinam as ditas câmaras, se não a viajar os moradores do núcleo? Servem para alguma acção preventiva de outra índole? Não!
Como se isso não bastasse, foi anunciado com pompa e circunstância que o ministro da defesa e o representante da Marinha vieram reactivar o perímetro militar dos Hangares, afirmando-se mesmo da presença permanente da força de fuzileiros que aqui vêm treinar desembarques e fazer fogo real, com rebentamentos de bombas à mistura.
A proximidade das casas com o perímetro militar, a manter-se a situação, poderá ser incompatível com o tipo de treino proposto, um argumento que a breve prazo poderá ser invocado para justificar a demolição do restante edificado. É óbvio que neste momento, as autoridades não o vão dizer, pelo contrário, tentarão uma operação de charme para deixar os moradores tranquilos. Exemplo disso, é a cedência para uso misto, civil e militar, do cais de embarque, quando até há bem pouco tempo não era permitido, com a excepção da utilização pelo barco do hotel. Com papas e bolos se enganam os tolos!
Mas como o Povo é simples e humilde com facilidade acreditam na boa vontade da classe política, que já mostrou por inúmeras vezes que aquilo que hoje é verdade, amanhã é mentira.
Mas esta situação da utilização do perímetro militar, agora reactivado, colide com tudo aquilo que a classe política tem vindo a defender em relação às ilhas barreira, particularmente em termos ambientais.
Começamos desde logo por levantar a questão do cordão dunar a ser destruído pela movimentação de maquinas e pisoteio dos militares em exercício; os rebentamentos que não só matarão muitas das aves protegidas como destruirão ninhos e ovos; a destruição de plantas autóctones; e muito mais que se poderia dizer.
Os defensores ambientais de há uns meses a esta parte calaram-se, porque afinal o que estava em causa eram apenas casas e o ambiente poderia, eventualmente, dar, como deu, uma ajuda. Mas atenção que o que está na forja é muito mais perigoso do que antes.
Com a reactivação do perímetro militar dos Hangares, e tendo em conta as ligações existentes entre os diversos departamentos da Marinha de Guerra, estão criadas as condições para demolir todo o edificado, operação que pode ser resguardada pela presença musculada de uma força militar.
Com o argumento de Segurança e Defesa, passam por cima de tudo, permitindo ao Poder político agir onde, quando e como entender.
Cuidem-se os moradores dos núcleos do Farol e dos Hangares, porque aquilo que se prepara para um futuro próximo não augura nada de bom. E não contem com o apoio do Pina porque esse jamais irá contra o seu partido, porque primeiro tem de tratar da sua vidinha.
ACORDEM!







 

















1 comentário:

Anónimo disse...

As pessoas facilmente esquecem que aquele território é do dominio público marítimo, sob responsabilidade da marinha, mal ou bem, a marinha, o estado, está a marcar e a tomar posse o território sob a sua jurisdição. É obvio que, quando ocorrerem exercicios e com a constante presença de militares vão existir restrições em terra e no mar. Os eventos recentes nas Ilhas advêm de interesses institucionais e politicos decorrentes das autárquicas... Nada acontece por acaso.