quarta-feira, 4 de abril de 2018

OLHÃO: PÉ ANTE PÉ, MERCADOS RUMAM AO FIM?

Os Mercados de Olhão vivem dias aziagos por força do Poder local, ao querer alterar as suas condições de funcionamento. Mas antes recomendamos a leitura do que a Câmara Municipal de Olhão diz na sua pagina: http://www.cm-olhao.pt/municipio/espacos-municipais/mercados-municipais .
Nos últimos anos, a CMO tem vindo a desenvolver intensa campanha publicitária, com fins turísticos, onde os Mercados são apresentados como a principal fonte de atracção turística a que se junta a presença da Ria Formosa.
Resta saber se nas apresentações promovidas, os Mercados são apresentados pela sua arquitectura, se pelas suas actividades económicas ou pelo conjunto, que deve ser mantido.
Aquando da reconstrução dos Mercados, houve situações que não foram resolvidas porque nessa altura, não se encarava a Avenida 5 de Outubro como sendo a única fonte turística. Nesse caso estão os contadores de agua das toldas ou os contadores de luz dos talhos, pelo que ao longo dos anos os operadores das toldas limitavam-se a pagar as taxas relativas à ocupação daqueles espaços do mesmo modo que os talhantes viam a conta da luz incluída nas rendas, situação que a actual administração quer acabar.
Com a abertura das grandes superfícies na cidade, e daqui a pouco são mais que as mães, a actividade económica dos Mercados tem vindo a perder a sua pujança e se é verdade que há operadores que ainda não sentem dificuldades outros há, e não são tão poucos, os que vivem momentos de algum sufoco.
A cobrança da agua ou luz, e não só, como pretende a nova administração fará disparar os custos nalguns casos incomportáveis para os operadores, duplicando-os.
Se a isso juntarmos as obras ditas de requalificação que o Poder local quer impor para a Avenida, os Mercados, enquanto actividade económica, poderão estar a caminhar para o fim, com a forte possibilidade de os operadores virem a desistir da vida que levam.
Se do mero ponto de vista da gestão, possa assistir razão à administração, porque as contas, sem a subsidiarização da autarquia, apresentariam um saldo negativo, a verdade é que se corre o risco da "cura" gestionária ser pior que a "doença", induzindo o "doente" a um estado de coma profundo.
Antes de qualquer tomada de decisão todos os factores devem ser bem ponderados, já que, na nossa opinião, os Mercados valem pelo seu conjunto, não se limitando à arquitectura. Aqueles que veem única e exclusivamente a actividade turística devem interiorizar que toda a actividade dos Mercados é a maior fonte de atracção turística de cidade.
Ora a autarquia gasta centenas de milhares de euros para custear campanhas publicitárias-turísticas e depois desenvolve políticas que são susceptiveis de amputar a sua principal fonte. Pensar que só para o Festival de Marisco a CMO dá quinhentos mil euros de subsidio e depois não tem dinheiro para subsidiar os Mercados, quando estes têm mais visibilidade e durante mais tempo que aquele.
Os operadores dos Mercados devem organizar-se e discutir as consequências das medidas preparadas pela nova administração e preparar-se para lutar se os seus postos de trabalho forem colocados em risco. Não podem deixar que as medidas sejam tomadas sem antes haver uma discussão séria e profunda sobre o futuro das actividades dos Mercados. 


3 comentários:

Anónimo disse...

Discussão séria e profunda em Portugal?A fazer de conta ainda poderá acontecer alguma coisa. No entretanto sejam felizes.

Anónimo disse...

Moss, os mercados tão sempre abarrotados - aos fins-de-semana mal s'anda - já me basta a minha água e luz ainda tenho que pagar as dos comerciantes? Era só o que faltava.
Vocês ora se queixam da roubalheira da Ambiolhão, ora e juntam a ela. Decidam-se, porra.

Anónimo disse...

Não entendo porque não pagam a água e luz que gastam pois eu tenho uma das lojas nos mercados e pago e bem água e luz.