sexta-feira, 16 de agosto de 2013

OLHÃO: A MENTIRA DOS NUMEROS OFICIAIS

A imagem acima foi retirada da Estatística da Pesca 2012 do Instituto Nacional de Estatística, e mostra bem o que valem e para que servem determinadas estatísticas, tanto mais que a publicação é deste ano (2013) e reporta números do ano anterior, ou seja, é tido menos uma estatística.
Os produtores estão obrigados ao preenchimento dos inquéritos à produção pelo que os números aqui reportados são o resultado das traficâncias em todo o processo que ninguém quer apurar.
Naquilo que, enquanto zona de produção de bivalves, nos diz respeito, verificamos só haver alguma seriedade na produção da ameijoa boa, sujeita a controlos mais rigorosos. Já que os números da produção de ostras é uma verdadeira aberração. Em media a produção de ostras, em regime intensivo, tem mais de 20 kg/m2, existindo autênticos campos de futebol, pelo que os resultados da produção, jamais poderiam ser os apontados, bastando para isso verificar que só o candidato a presidente da Câmara Municipal de Olhão produz cerca de cento e sessenta toneladas por ano.
Os dados estatistiscos, que reportam a produção nacional, indicam valores abaixo dos produzidos só na Ria Formosa e isso não se deve ao acaso.
A semente de ostra, vinda de França, e muita dela contaminada com o viruz do herpes, entra no País e na Ria sem qualquer controlo fito-sanitário e sai da mesma maneira como se fosse para engorda e não para o consumo directo. Ora não havendo controlo sobre entradas e saídas, este números são irreais.
Com o berbigão passa-se algo idêntico; as depuradoras tem uma determinada capacidade instalada, incapaz de depurar as toneladas de berbigão que todos os dias são comercializadas, mas porque não se "destinam" ao consumo directo, ficam isentas de ir à depuração, falseando os resultados, pelo menos no que à Ria Formosa diz respeito. 89 toneladas/ano, dá uma media diária inferior a 300 kg diários e isso apanha um só homem.
O berbigão está sujeito à ingestão de coliformes fecais como a ameijoa e pode transmiti-los às pessoas pelo que precisaria, e está por lei obrigado, a depuração, porque os efluentes descarregados pelas ETAR não obedecem a padrões de qualidade compatíveis com esta actividade e com a capacidade de depuração instalada.
A quem serve esta situação?
As autoridades nacionais e regionais sabem do que se passa, mas calam-se. Afinal de contas, salvaguardam os interesses do agente económico em detrimento da saúde publica e dos mariscadores. É que se não houvessem coliformes fecais, as águas da Ria seriam classificadas com a categoria A e deixaria de ser necessaria a depuração, o que permitia a venda directa, com ganhos acrescidos para os mariscadores.
A mentira do números oficiais está assim ao serviço desta cambada de trambiqueiros, sejam públicos ou privados, de tal forma que o governo embandeira, agora, em arco com um suposto, que não desenvolvimento, quando nós percebemos que os numeros não correspondem à realidade.

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